O (Per)curso assiste o "Homem dos Ratos" no palco
- Diogo Bonioli
- 22 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.
No último sábado, dia 17 de maio de 2025, o Teatro Vannucci, no Rio de Janeiro, foi palco de mais do que uma peça: foi cenário de um mergulho profundo na psicanálise freudiana. Companheiros e companheiras do (Per)Curso de Formação de Psicanalistas, do Instituto de Saúde Mental e do Comportamento, reuniram-se presencialmente para assistir à montagem teatral da clássica obra “O Homem dos Ratos”, de Sigmund Freud — mais um dos encontros semestrais do grupo, que aliam teoria e vivência psicanalítica.
Sob a direção do renomado Antonio Quinet, que também compôs o elenco ao lado de Igor O. Coelho, o espetáculo foi uma potente dramatização do caso clínico freudiano que explora com profundidade a neurose obsessiva, as ambivalências afetivas, o retorno do recalcado e os jogos inconscientes entre amor, culpa e punição. O professor Diogo, diretor do (Per)curso, nos explica a importância deste evento: “Acredito que seja uma excelente oportunidade das pessoas que estudam psicanálise comigo terem contato com esta obra de Freud a partir de outro registro que não somente pelo livro e pelas aulas. Na minha opinião, este é um caso muito complexo para que deixemos apenas que as letras do livro nos explique todos os aspectos da terapia psicanalítica”.
Freud publicou o caso do “Homem dos Ratos” em 1909, apresentando um paciente atormentado por ideias obsessivas relacionadas a punições cruéis — especialmente uma tortura com ratos — que expressavam um conflito inconsciente entre o amor pelo pai e o desejo de sua morte. O texto é um marco da compreensão das neuroses e da construção técnica da psicanálise, trazendo elementos como a transferência, a resistência e os sintomas enquanto forma de compromisso entre desejos inconciliáveis.
A montagem teatral, conduzida por Quinet — referência na abordagem lacaniana e com ampla trajetória tanto na escrita como na encenação de textos fundamentais da psicanálise — trouxe à cena os afetos e conflitos que muitas vezes permanecem invisíveis na leitura silenciosa do texto de Freud. Ver Freud no palco é experimentar, no corpo e na escuta, o que a clínica propõe: uma travessia subjetiva.
Para quem estuda ou se interessa por psicanálise, encontros como este fazem parte da proposta do nosso (Per)Curso: uma formação viva, em constante diálogo com a cultura, com a arte e, principalmente, com a experiência clínica. Se você deseja fazer parte desse grupo que se propõe a estudar profundamente a psicanálise com seriedade, mas também com afeto, fica o convite: há espaço para novos participantes e, mais do que estudar, queremos compartilhar vivências que atravessam a alma.
Para nossa maior alegria, ainda recebemos um convite especial por parte do Antônio Quinet, este ilustre intelectual que foi o Freud neste espetáculo. Confira abaixo:
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